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Foto do escritorPhelippe Guesser

Limite de margem consignável: descubra como reduzir suas parcelas e aliviar seu orçamento

O crédito consignado é uma das modalidades mais utilizadas no Brasil, especialmente por aposentados, pensionistas, servidores públicos e trabalhadores com carteira assinada. Uma de suas principais características é o desconto automático das parcelas diretamente da folha de pagamento. Contudo, o uso excessivo dessa linha de crédito pode comprometer seriamente o orçamento pessoal. Para evitar esse problema, a legislação estabelece o limite de consignação, que visa garantir que o tomador de crédito não comprometa uma parcela muito grande de sua renda mensal.

O que é o Limite de Consignação?

O limite de consignação é o percentual máximo da renda líquida de uma pessoa que pode ser comprometido com empréstimos consignados. Ele existe para proteger o tomador de crédito, evitando que um volume excessivo de sua renda seja comprometido com dívidas, o que poderia colocar sua sobrevivência financeira em risco.

Atualmente, o limite máximo de consignação é de até 40% da renda líquida, distribuído da seguinte forma:

35% podem ser comprometidos com o pagamento de empréstimos consignados;

5% são destinados exclusivamente para o cartão de crédito consignado.

Esses percentuais são regulamentados pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e se aplicam a trabalhadores com carteira assinada, servidores públicos e beneficiários do INSS. No entanto, algumas categorias podem ter normas específicas, como os servidores estaduais ou municipais.

A Tabela de Consignação

A tabela de consignação refere-se a uma lista ou tabela que detalha as condições, prazos e valores dos empréstimos consignados que podem ser concedidos de acordo com o percentual de renda disponível. Ela ajuda a calcular exatamente quanto pode ser comprometido da renda líquida e quais as condições mais favoráveis para o tomador de crédito, além de oferecer informações transparentes sobre os prazos e as taxas de juros aplicáveis a cada operação.

Por meio dessa tabela, o consumidor consegue verificar se os descontos que estão sendo realizados são compatíveis com as regras estabelecidas pela legislação. Caso o desconto ultrapasse o limite permitido, ou as condições do contrato não estejam claras, o tomador de crédito pode questionar a legalidade das operações.

Desrespeito aos Limites Legais

Em muitos casos, consumidores podem encontrar problemas relacionados à consignação de valores além do limite permitido

Isso pode acontecer por diferentes razões, como:

  • Falta de controle sobre o total de contratos firmados com diferentes instituições financeiras;

  • Erros no cálculo da margem consignável;

  • Cobrança indevida de juros ou tarifas abusivas;

  • Descontos acima dos 40% permitidos.

Esses problemas, se não corrigidos, podem levar o tomador de crédito a uma situação de endividamento excessivo, comprometendo suas necessidades básicas. Quando isso acontece, é fundamental que o consumidor busque apoio jurídico para revisar os contratos e garantir que os dispositivos legais sejam respeitados.

Possibilidade de Ação Judicial para Revisão de Contratos

Quando há o desrespeito ao limite de consignação ou abusos cometidos pelas instituições financeiras, o consumidor tem o direito de ingressar com uma AÇÃO JUDICIAL para revisar os contratos firmados. 

A ação pode ter o objetivo de: I) Revisar os valores cobrados a título de consignação; II) Solicitar a devolução de valores cobrados indevidamente; III) Pedir a anulação de cláusulas abusivas no contrato; IV) Garantir que os descontos respeitem o limite legal de 40%.

O ingresso de uma ação judicial pode ser especialmente útil em casos em que o tomador de crédito já está em uma situação de superendividamento, ou quando o excesso de empréstimos contratados torna difícil manter o sustento próprio e da família.

Como Proceder?

Se você está enfrentando problemas com consignação ou percebeu que os descontos em sua folha de pagamento estão acima do limite permitido, é fundamental procurar o apoio de um advogado especializado em direito do consumidor ou direito bancário. 

O profissional pode avaliar a situação, orientar sobre os direitos do consumidor e, se necessário, ingressar com uma ação judicial para revisão dos contratos.

O crédito consignado pode ser uma solução útil para muitas pessoas, mas seu uso deve ser feito com cautela e sempre respeitando as normas estabelecidas pelo Banco Central. Caso contrário, o tomador de crédito pode acabar em uma situação de endividamento, comprometendo seriamente sua estabilidade financeira.

Conclusão

O limite e a tabela de consignação são ferramentas importantes para regular o uso do crédito consignado no Brasil, protegendo o consumidor e garantindo que ele não comprometa excessivamente sua renda. Porém, é essencial que as instituições financeiras respeitem as regras vigentes. 

Quando há abusos ou desrespeito aos limites, o consumidor tem o direito de buscar reparação judicial. Se você está enfrentando problemas com consignação, é aconselhável procurar orientação legal para proteger seus direitos.


Por Phelippe Guesser, advogado inscrito na OAB/SC 41791, e Marcos Marcirio Mendes, bacharel em direito.


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